terça-feira, 22 de maio de 2012

DINALVA MARIA DE ALMEIDA GOMES
Mãe, Avó, Amiga...

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porque de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano. Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos. Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar. Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás. Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer. Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar mágoas. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso. Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo. Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos. Ah! Os sonhos! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?
Mas um dia nossos entes queridos se vão. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso Deus tira de nós o que mais amamos. E a culpa? A culpa é da vida que tem início, meio e fim. A nossa culpa está apenas em amar tanto e sentir tanto perder alguém. Mas o tempo é remédio e nele conquistamos o consolo, com ele pensamos nos bons momentos. E no fim apenas a saudade e uma certeza: não importa onde estejas, estará sempre comigo.

Dinalva Maria Almeida Gomes veio a falecer na tarde desta terça-feira (22/05) por volta das 13h30min sendo vítima do destino. Após a concretização da cirurgia feita (segunda-feira 21/05), onde os médicos buscavam o estancamento da hemorragia no fígado proveniente do acidente acontecido horas antes pela manhã à cerca de 8h30min, ficava apenas a fé e a esperança que ela obtivesse uma recuperação rápida. Infelizmente Dinalva Maria veio à óbito deixando uma imensa saudade à filhos, netos, irmãos e amigos que não deixaram de orar e crer até o último minuto em sua recuperação. O corpo de Dinalva Maria virá a sepultamento na tarde desta quarta-feira (23/05), porém, ainda não foi confirmado o horário, pois o mesmo virá a acontecer após a liberação do corpo.

A direção do Blog SERRA PRETA ON-LINE vem por meio destas simples palavras demonstrar seus sentimentos e solidariedade à família, com o intuito de poder passar uma mensagem de conforto aos que choram sua perda.


Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida.
Aquele que crê em mim ainda que morto viverá.
E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá.
João 11: 25-26

Edição: Jhansen Barreto
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Um comentário:

  1. Uma grande mulher. Foi um imenso prazer ter a conhercido.

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À direção.